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06 de jun. de 2025 às 00:00  •  4 min de leitura
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TESTE DO PEZINHO: A REVOLUÇÃO SILENCIOSA QUE SALVA VIDAS SE MULTIPLICA!
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TESTE DO PEZINHO: A REVOLUÇÃO SILENCIOSA QUE SALVA VIDAS SE MULTIPLICA!

De seis a 50 Doenças detectáveis: o que a ampliação do teste significa para o futuro da saúde infantil no Brasil?


O Dia Nacional do Teste do Pezinho, celebrado anualmente em 6 de junho, ganha um novo e poderoso significado neste ano. Em maio de 2025, a sanção da Lei nº 14.154 marcou um divisor de águas, expandindo o rastreamento neonatal de seis para aproximadamente 50 diagnósticos. Este exame, simples e crucial, é a primeira linha de defesa contra uma série de Doenças Congênitas e condições que, quando identificadas precocemente, podem alterar drasticamente o curso da vida de uma criança, reduzindo a Mortalidade Infantil e promovendo um desenvolvimento saudável.


A história do Teste do Pezinho remonta aos anos 1960, com a invenção do método por Robert Guthrie, um Médico e Cientista americano. Guthrie desenvolveu um método de triagem para a Fenilcetonúria, uma Doença Genética rara que, se não tratada, pode causar deficiência intelectual grave. A ideia era coletar uma pequena amostra de sangue do calcanhar do bebê em um papel filtro, permitindo um diagnóstico rápido e o início precoce do tratamento, antes do surgimento dos sintomas. Essa técnica se popularizou e foi adotada globalmente, salvando inúmeras vidas e prevenindo sequelas permanentes.


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A nova legislação entrará em vigor 365 dias após sua publicação e será implementada de forma escalonada, aperfeiçoando o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). O rol de Doenças detectáveis será ampliado em cinco etapas, baseadas em rigorosas evidências científicas e considerando os benefícios do rastreamento, diagnóstico e tratamento. Serão priorizados aqueles problemas de Saúde com maior prevalência no Brasil, para os quais já existem protocolos de tratamento aprovados e incorporados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


O Teste do Pezinho é obrigatório e fundamental para todos os recém-nascidos. A coleta, um procedimento rápido e seguro, deve ocorrer preferencialmente a partir de 48 horas até o quinto dia de vida do bebê. Ela é realizada em unidades de Saúde e maternidades em todo o país, por Profissionais de Enfermagem ou outros Profissionais de Saúde treinados para a coleta. Após a coleta, a amostra de sangue é enviada a um Laboratório especializado para análise.



O Teste do Pezinho é um serviço totalmente gratuito oferecido pelo SUS. Para acessar, os pais ou responsáveis devem levar o recém-nascido a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou à maternidade onde o bebê nasceu, preferencialmente entre o 3º e o 5º dia de vida. A coleta da amostra de sangue é feita no calcanhar do bebê. Após a coleta, o resultado é encaminhado ao Serviço de Referência em Triagem Neonatal. Não é necessário que os pais busquem o resultado diretamente no Laboratório; se o resultado indicar a necessidade de confirmação ou acompanhamento, a família será contatada pelo próprio serviço para a realização de novos Exames Laboratoriais, diagnóstico e início do tratamento.


No último ano, o programa de triagem do SUS testou 2,2 milhões de bebês em cerca de 29 mil pontos de coleta espalhados pelo Brasil. Do total, 2.746 recém-nascidos foram diagnosticados com uma das seis Doenças identificadas pelo teste, o que representa 0,12% dos triados. A maior parte desses diagnósticos foi para Hipotireoidismo Congênito (1.210 casos) e Doença Falciforme (964 casos).


O acompanhamento dos resultados é feito pelo Serviço de Referência em Triagem Neonatal. Se o resultado demonstrar a existência de alguma das Doenças detectáveis, a família é contatada. A partir desse contato, novas ações são tomadas: a criança é encaminhada para Exames Laboratoriais confirmatórios, e, se o diagnóstico for confirmado, o tratamento é iniciado imediatamente. Esse tratamento pode envolver o uso de medicamentos, mudanças na dieta (especialmente em casos como a Fenilcetonúria), acompanhamento com Médicos Especialistas, como Endocrinologistas ou Hematologistas, e o suporte de uma equipe multidisciplinar, incluindo Nutricionistas, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos e Psicólogos, para garantir o desenvolvimento pleno da criança e a qualidade de vida.


Nos últimos três anos, o investimento do Governo Federal no Teste do Pezinho tem se mantido próximo de R$ 100 milhões anuais, demonstrando o compromisso com a Saúde Infantil. A ampliação dos diagnósticos é um passo monumental, que reflete o avanço da ciência e a importância de políticas públicas eficazes na proteção das novas gerações.




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