O recente caso do apresentador Edu Guedes, submetido a uma cirurgia para remoção de um tumor no pâncreas após uma crise renal, despertou atenção para um dos cânceres mais agressivos e silenciosos da atualidade: o câncer de pâncreas. Embora represente cerca de 3% dos tumores sólidos, esse tipo de câncer apresenta uma das maiores taxas de letalidade, segundo especialistas da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.

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O pâncreas é um órgão vital, responsável pela produção de hormônios como a insulina e enzimas digestivas. O câncer nessa região surge a partir de mutações celulares que se multiplicam descontroladamente, podendo invadir outros órgãos — processo conhecido como metástase.

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O tipo mais comum e agressivo é o adenocarcinoma, responsável por mais de 90% dos casos. Há também os tumores neuroendócrinos, mais raros e menos agressivos. Ambos costumam ser diagnosticados tardiamente devido à ausência de sintomas claros nos estágios iniciais.

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Entre os principais sintomas estão: dor abdominal persistente, perda de peso repentina, fraqueza, perda de apetite e icterícia (pele e olhos amarelados). Como esses sinais são inespecíficos, é comum que o diagnóstico só ocorra em estágio avançado.

Atendimento pelo SUS:

Pacientes com sintomas suspeitos de câncer de pâncreas devem procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS). O médico clínico pode solicitar exames de imagem ou laboratoriais iniciais. Caso haja suspeita, o paciente será encaminhado para um centro de referência oncológica. O tratamento completo, incluindo cirurgia, quimioterapia e acompanhamento multidisciplinar, é ofertado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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Segundo os especialistas, o diagnóstico exige exames de imagem como tomografia, ressonância magnética ou PET-CT, além de biópsia. Um marcador sanguíneo chamado CA 19-9 pode auxiliar, mas não é definitivo.

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O tratamento indicado é a cirurgia associada à quimioterapia, mas isso só é possível quando o tumor não compromete vasos sanguíneos ou outros órgãos. Em fases mais avançadas, o tratamento é baseado em quimioterapia isolada ou combinada à radioterapia.

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Existem dois tipos principais de cirurgia, conforme a localização do tumor:

• Quando o tumor está na cabeça do pâncreas, é realizada a gastroduodenopancreatectomia, considerada altamente complexa.
• Já os tumores localizados no corpo ou cauda do pâncreas exigem a pancreatectomia corpo-caudal com esplenectomia, uma abordagem menos invasiva e de menor duração.

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Apesar do alto grau de letalidade, a ciência tem avançado. Novas terapias-alvo, imunoterapia e até vacinas personalizadas estão sendo estudadas para combater esse tipo de tumor, que tem a habilidade de "se esconder" do sistema imunológico.

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Há ainda a possibilidade de viver sem o pâncreas. Nestes casos, o paciente precisa de controle rigoroso com medicamentos para digestão e níveis de açúcar no sangue, mas a qualidade de vida pode ser preservada com acompanhamento profissional.

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O caso de Edu Guedes serve como um importante alerta para a população e os profissionais de saúde. Ele reforça a necessidade de atenção aos sinais do corpo e a importância do diagnóstico precoce, ainda que difícil.

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